segunda-feira, agosto 27, 2007

Finalizando o Blog

Ler essas cartas que aqui publiquei causou-me saudades e comoção. Foi difícil mas era necessário. Sem elas a homenagem a meu pai ficaria incompleta.
Espero que todos tenham gostado e ficaria muito grata se me enviassem comentários, depoimentos, outras fotos ou cartas para que eu pudesse incluir aqui.
Quem quiser, pode me enviar pelo e-mail: doris.rabello@uol.com.br


Agradeço.
Berenice

Bênçãos do Pai


Criativo com as palavras !


Preparando a história de Jarinu


Marcando encontros


Recebendo 80 beijinhos !


terça-feira, agosto 14, 2007

Coisas que só um pai pode enxergar !


O bom-humor e a preocupação política


Saudades dos filhos !

























Algumas das inúmeras cartas




Papai adora escrever cartas e tenho muitas guardadas. Vou publicar algumas para mostrar um pouco do pai amoroso e preocupado que era.
Quando pequena, ainda imatura, achava-o severo, ríspido e pouco carinhoso. Com o tempo isso mudou.
Agora, já adulta, posso compreendê-lo e entender sua postura diante dos filhos.
Eram dez para alimentar, educar, vestir.
Hoje eu entendo e o admiro mais.
Veja as cartas e entenda o que estou querendo dizer. Para ler, é preciso clicar nelas para ampliar.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Festa em família!




A primeira e terceira foto: foi no sítio em Jarinu, comemorando algum aniversário.
A foto do meio foi em Atibaia,o parque das águas.
Todas as fotos em momentos alegres e inesquecíveis.


Natal no Spiandorello


Ele em primeiro plano, sua esposa, netas e filha. Nesse local o prato principal era polenta frita (que delícia!), frango a passarinho, macarronada e saladas. Antes, uma caipirinha, claro! Eram deliciosas essas reuniões, ocasião onde matávamos as saudades, colocávamos a conversa em dia e as fotografias pra registrar. A foto dele com os netos, publicadas anteriormente, foi nesse mesmo local.

Culinária




Papai tinha o hábito de comer aos poucos. Depois do café da manhã, almoçava em duas etapas. No jantar a mesma coisa. Dizia que era pra não sobrecarregar o estômago. A digestão ficava mais fácil. Hoje nós sabemos disso, mas eu achava isso muito estranho na época.
Comia de tudo um pouco. Preferia as carnes magras, peixe, legumes e verduras. Muita verdura. Gostava muito de laranja, não podia faltar. Também gostava de doces caseiros. Nos intervalos, quando podia, adorava balas. Era do seu costume, quando ia às compras em São Paulo, comprar balas Sonksen recheadas de frutas. Uma delícia que não dá pra esquecer.
Me lembro de um prato que ele comia em Jarinu e que até hoje fico com vontade quando me lembro: cambuquira com feijão! Pra quem não sabe, cambuquira é o broto da abóbora. Refoga-se a cambuquira e coloca no feijão e, se quiser, uma farinha de milho bem fresca.
Quando pequenos, nos reuníamos todos pra refeição. Era uma hora sagrada, nada de barulho e confusão.
Depois de todos crescidos e morando longe, fazia questão de reunir a família em duas ocasiões: Natal e aniversários.
Como a família cresceu muito, não era possível reunir todos em uma casa, com tanta criança. Então costumávamos nos reunir no Spiandorello, em Caxambú (perto de Jundiaí). Vou postar algumas fotos pra ilustrar isso. A foto acima era no sítio de umas filhas, mas não me lembro a época. Não sei se era Natal ou algum aniversário.

Seus hábitos





Papai era um homem de hábitos simples. Gostava de dormir e acordar cedo.
Fazia seu próprio café bem cedinho e já ficava aguardando o jornal diário (O Estado de São Paulo) que lia com muito gosto. Lia na mesa da cozinha e só saia de lá quando terminava toda a leitura. Se havia alguma coisa interessante pra recortar, fazia uma marca no canto superior direito. Costumava recortar artigos de literatura, efemérides, e outros.
Caminhava muito, pois dizia que o exercício era fundamental para um coração forte. Eu fui, durante muito tempo, sua companheira para longas caminhadas. Era duro acompanhar seus passos. Sou "andarilha" até hoje.

Literatura

A primeira lembrança que me vem à mente, quando se trata de livros, são os livros enormes que papai tinha no cartório. Me lembro deles e a facilidade com que manejava tais livros, que pra mim, criança, tinham tamanhos descomunais.
Os livros sempre fizeram parte da vida de meu pai. Seja no seu trabalho ou no seu tempo de entretenimento.
Ele me contava que, quando moço, sempre juntava um dinheirinho para comprar livros quando ia a São Paulo. Foi assim que começou a sua biblioteca.
Meus irmãos devem saber melhor do que eu, mas me lembro de alguns de seus autores favoritos: Camilo Castelo Branco, Alexandre Herculano, José de Alencar, Machado de Assis, Aluizio Azevedo, Augusto dos Anjos, as poesias de Alphonsus de Guimarães entre tantos outros. Dos contemporâneos, me lembro que leu muitos do Josué Montello, Sólon Borges dos Reis, Zelia Gattai (não gostava do marido) e tudo o que havia de Francisco da Silveira Bueno, de quem era fã.

sábado, agosto 04, 2007

Cinema


Papai adorava cinema. Seu filme predileto era "Scaramouche".
O cinema, depois da literatura, era seu passatempo predileto. O primeiro filme que vi no cinema eu tinha cinco anos, foi "O maior espetáculo da terra". O cinema estava lotado e ele ficou em pé durante toda a exibição, me carregando. Outro fato de que me lembro bem, era o Cine Polyteama, que ficava perto de casa. As poltronas não eram estofadas e era desconfortável ficar durante duas horas sentado nelas. Toda vez que íamos nesse cinema, não havia dúvidas: ele levava uma almofada...